Porque quanto mais estafada estou, menos sono tenho.
E então, que fico na minha amável varanda até chegar o joão pestana, que nunca mais chega. Consumo-me a mim, a minha mente atrevida de alegria agora ambiciona por paz. Olho para a água e vejo o reflexo da lua. Comento a ponte que não tem trânsito, quando acaba de passar por aqui um autocarro que deve vir do aeroporto.
E ligo aquele aparelho sonoro que me leva ao irreal. Sinto o vento que te traz até perto de mim, sinto te como companheiro impotente. Bebo água para desaparecerem de mim os excessos. Penso no presente e vejo o passado feliz e infeliz. Observo os outros e noto as transformações negativas que os mudaram. Agradeço aos que me guiam. Peço desculpa aos que não consigo guiar. Sinto que não me consigo gerir. Oiço ao mesmo tempo que vejo o ar expirado todo poluído. Inspiro o puro e transformo em impureza.
Não consigo entrar na disputa do bem porque ele está dentro de mim. Atravesso a estrada e dão um papel a reflectir um momento menos bem passado, que será de certeza a tal passagem de cansaço absurdo. Encosto me a uma cadeira e sou julgada por bocejar. Dou um sorriso e recebo gritos. Dou uma certeza e recebo um encolher de ombros. Mas que mundo banal é este porque estou a passar. Completamente indescritivel. Faço acções que reflicto sobre elas. E que grande exagero de ordens de pairam por aqui e por ali. Que desperdício que rimas. Almas trabalhadas a carvão sem fumo que demonstre o horror. Consome-se porque se pensa que nos tira as verdades. Que medo pensar assim, num vazio total.
O mar, a água que bom. Entrar no som das ondas e remar até sentir Marrocos. Olhar para a frente e ver as nuvens que não existem no céu. Estamos em Julho e por aqui a estas horas está tanto frio como se fosse inverno calmo. Humidade fria nas janelas verdes, tudo a condizer com o ambiente que se vive, frio. Em nós, neste momento seria um sonho, não consigo e ninguém me pode obrigar. Sinto que tem de existir, mas nem consigo pensar de uma forma racional. Entro muda e saio calada quando me choco com a banalidade. E vejo o meu livro perdido nas páginas quando ao mesmo tempo, estou a espirrar. E agora o telefone caiu dentro do aquário, enquanto todos os peixes morrem, as algas aplaudem.
Como durmo, de barriga para baixo ou de barriga para cima. Nem me lembro, só sei que deixei todo o meu ambiente ligado. Agora sou-a a maresia de bolor. Quando olho para o frigorífico e vejo leite de soja, tenho vontade de beber e ao mesmo tempo de o vomitar. Canecas grandes, verdes, cheias de vitaminas para sobreviver á guerra.
As minhas melhores inimigas são as pastilhas elásticas e por incrível que pareça hoje já lá vão seis. Um número pequeno para tanto mal.
Ai e falamos ao telefone horas e horas a discutir o que não tem assunto ou solução. Ambas sabemos que é tudo irreal para o nosso mundo tão pequeno do prato de comida ou de um sorriso querido. Apetecia-me estar a passar na rua a atirar-me a uma velhota para a abraçar. Queria tanto ir na avenida. Afluência de retratos foi sempre uma bonita escolha para resistir á sede de rir. E mostrar os retratos foi sempre uma bonita escolha para fugir ao chorar. A chuva molhava me o rosto quando era inverno e o meu guarda chuva se partia. Que bom sonhar com água na cara.
E no fim deste discurso reparo na quantidade de vezes que eu refiro a água, sempre pelo lado positivo. Uma directa em vão do reflectir.
E a luz da lua mostra-me a água brilhante. A lua brilha. Só quero ver brilho aqui e ali.
O meu respirar á azedo de tanto melão com de açúcar.
Aqui são 3.39 da manhã e aqui estou com o sono disperso da minha necessidade de descanso. Parece-me que esta noite fico pelo sofá, mas depois penso no edredon e vou para o meu vale dos lençóis. Embora não pareça já lá estou.
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3 comentários:
infelizmente, passamos todos por essa sensação de estarmos a viver num mundo banal.
Talvez porque se calhar todos temos um pouco de banalidade em nós... não sei, disso não percebo nada. Mas acho que percebo um bocadinho daquilo que escreves e o que estás a sentir.
E a saia com a etiquepa? E a filiação? Olha um dia mau que acabou por ser passado à maneira de quem se afasta de tudo o que é negativo. Pão-óculos-trapos-pão-pão...
E a filha que se chama o nome da mumy e não sabe onde mora e um canário amarelinho e ai o meu ombro esquerdo e os posters e as ilusões e desilusões e a perna direita e esquerda e os ratos do tamanho de coelhos...Cascais tem mais encantos, na hora da despedida :)e os óculos que ficam em pé e são borboleta!
É verdade. Como um dia de vomitos e greve de fome se transofrma nas risadas e piadas tontas que construimos. E a equipeta foi uma constante do nosso dia. Ai que bom sorrir com uns óculos novos, lindos e com um certo toque de charme! Que chique que vai a tia! Doi me a biiga. Doi me a coluna. Aqui que bela massa. Ai que belo pão e mais pão....
Dia repetir, a partir das 15 horas!
Bicinhos minha Pierra!
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