Assim me despedi de si, com todas as minhas forças, porque parecendo que não eu já sabia o que ia acontecer.
Foi interrompido no caminho da vida, porque é esta a lei. E eu fui ao seu encontro em vida.
Sentia que me tinha de despedir de si. E com calma lhe dei a minha mão e lhe fiz festinhas pelas zonas doridas. Fui correspondida com um sorriso entramelado. E com um aperto na minha mão quando eu dizia está a sentir a minha mão.
Consegui um sorriso seu, um aperto de mão, uma respiração ofegante, uns olhos vermelhos e um acenar de mão dizendo adeus.
E eu disse para mim adeus até sempre.
Tive ali a certeza de que se despia de mim.
Foi um adeus calmo, sem sofrimento.
Tenho a certeza que se vai juntar aqueles que nós sabemos quem são. Só eles o poderão ajudar. Espero que não se prenda aqui, a nós. Choro por si.
Porque apesar de tudo era meu "avô". Meu casal querido, agora desmembrado.
Ainda á cerca de três semanas estávamos sentados de sala, a vê-lo almoçar a sua pescada cozida com feijão verde.
Os pequenos prazeres da vida, já foram vividos. Agora é repousar onde encontrar lugar.
Lutámos por si, mas a vida é assim.
Choro por si.
Porque o perdi para sempre. Agora só presenciarei uma lápide inscrita com palavras de paz e amizade.
Ao seu lado estão certas almas que o levaram para o além.
Não devo chorar. Nem rir.
Devo estar impávida, calma ao processo natural da vida.
O seu carro verde, as suas casas da horta pegadas ás minhas e o seu bobi ainda hoje relembrado.
Querido companheiro, foi porque Deus quis assim.
Prometo estar sempre presente em si.
Mais um anjo da guarda para mim.
Obrigada pelos sorrisos que me deu.
Fico perdida quando desaparecem estas minhas bases de vida, desde que nasci que as tenho e depois de um momento para o outro roubam-mas.
Avó Velhinha, Avô, Pai, Avó, Tia Rita, Tia Maria Luísa, Primo Álvaro (avô) .... por quem chamo eu?
Vejo que ao longo da minha vida vou ficando cada vez mais sozinha por aqui.
Sem saber a quem me agarrar.
É muito injusto.
Ser sensível é doloroso.
Sofrer por os que nos são queridos.
A minha consciência tranquila porque sempre lhes dei todo a minha devoção.
Nunca os desprezei. Sempre os adorei e adoro.
Idolatro com minhas estrelas que são. Os meus guias.
E perder assim mais um elemento é descontrolante.
Mas como sempre eu sou o pilar.
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